quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Castelo de areia

"Um rei mal coroado,
Não queria
O amor em seu reinado
Pois sabia
Não ia ser amado
Amor não chora, eu volto um dia
O rei velho e cansado já morria
Perdido em seu reinado
Sem Maria"
(Canção de Despedida-Geraldo Azevedo)



O Rei em seu castelo de mil pedras
reinava sem delongas
ganhava todo o palco
comandava todos os passos
Mentia suas verdades
cobria toda sujeira
roubava sem lua cheia
Nunca ninguém questionou
tamanha corrupção
Nunca ninguém supeitou
tamanha abnegação
Mantinha todo o discurso
Segurava bem a pose
e a posse...
Envolvia à todos com gana
Amarrava à todos com grana
Armava seu jogo bem sujo
Amarrava seu próprio pescoço
Quis fazer-se belo cordeiro
e por dentro abrigava um lobo
Tão feroz quanto um bicho judiado...
Mas o rei,como eu lhes dizia
impunha verdades sem devaneios
julgava saber bem mais que podia
subia no trono, gritava mais alto
fazia um palco,
mas coitado....
Era artista frustado
autista curado
militar fardado
juiz ministrado pelo alto supremo de seu Ego Oficial
de justiça, da própria,
sem lógica...
E o rei,meus amigos
tinha seus vícios...
Bebia seu vinho
tão tinto,tão tonto, tão sonso...
Cismado, acuado, amedrontado...
O rei,pobre dele...
criança infeliz
nariz de sarafiz
não aprendeu a brincar, não aprendeu a sorrir...
Martelaram sua mente para que fosse mais...

E hoje, eu enxergo
a ilusão criada,a figura forjada
o herói construído sob cacos de vidro.
Percebo então, a inocência
Desvendo pois, a carência
Abri mais uma porta da desilusão.Despenquei mais uma vez de meus degraus de sonhos.
Sangrei mais uma vez a dor do parto.
E parto-me, desfaço-me mais uma vez...
Desvendo,por fim, uma entrave familiar...
Não sem dor no peito,não sem pedir mais uma gelo para o coração...
No fim das contas, eu sei que gelo queima, e que de uma faísca pode-se fazer fogueiras...
Como 2+2=4, eu paro por aqui.

É mais uma luz que se apaga
É mais uma verdade que se acende...

Que novos caminhos se abram, abrão...

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