sábado, 20 de fevereiro de 2010

esquenta não rapaz...
como já diria um velho amigo meu: eu sou mesma dada à chiliques e piripaques...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Coffe House Blues

A certeza da dor é inevitável, mas nem por isso a borboleta deixa de sair de seu casulo;
A esperança da liberdade frente à um mundo tão grande deve servir-lhe de consolo...
Ou talvez ela não saiba nem de um, nem de outro e cumpre seu ofício por instinto.
E esse talvez seja o problema...
meus instintos já estão corrompidos pelo pensamento.
Acho que podaram tanto minhas folhas que a seiva não tem por onde circular...
De certo modo, alguma raiz foi arrancada
Não entendo nada além daquilo que enuncio...
Não expresso nada
Eu não me entendo com as palavras
Vivo à sombra de coisas das quais nem acredito
Não acredito em nada
Só sei que vivo porque meu pensamento não deixa-me esquecer este fato
e ainda assim, duvido.
Duvido da existência, da realidade e de tudo o mais que é concreto, e de tudo o mais que é abstrato.
Só sei, no momento, que esta minha vontade esquisita e até um tanto intrínseca de ser o vento, tá me dando uma baita dor de cabeça...

ladeira da preguiça

Cai a vida pelo céu,
escorre pelo chão...
E tudo, ainda assim, é vão.
Da tempestade, respinga em mim seus fragmentos; isso comprova, mesmo que eu não queira, que estou viva.
De certa forma, obrigo-me à escrever. Obrigo-me à processar tudo o que se passa aqui dentro.
Cansei-me das palavras e dos discursos quando dei por mim que estes não me são suficiente para elucidar o que desejo,
ou talvez seja esse meu lado esquerdo que não está elaborado.
O fato é: cansei!
Na vida, a única certeza são os elos,os laços, os vínculos.
Não se vive feliz sozinho, por mais que se queira, ou por mais que se engane que queira...
As palavras, em si, não fazem sentido, mas vivemos nesta busca desenfreada por
SENTIDO
sem ter ido
sentir o vivo
sobrevivo,sem sentido mesmo,
muitas vezes nem sentindo...
Cansei também de lamentar minhas angústias, parece-me que meu disco riscou e engasgou.
Não sei se meu silêncio se instalou por algum fato da vida, ou se já veio intrínseco à mim
Não quero a beleza da prosa,
quero apenas por pra fora essas muitas coisas que vivem a me cutucar...
Recorro às minhas lembranças, mas estão todas tão apagadas, tão embaralhadas, tão encobertas pelo véu do medo ou da negligência ou da preguiça mesmo, que não identifico em que ponto de minha trajetória fiquei assim: INTRAGÁVEL!

Só me resta acender mais um cigarro e parar de pensar besteiras...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Castelo de areia

"Um rei mal coroado,
Não queria
O amor em seu reinado
Pois sabia
Não ia ser amado
Amor não chora, eu volto um dia
O rei velho e cansado já morria
Perdido em seu reinado
Sem Maria"
(Canção de Despedida-Geraldo Azevedo)



O Rei em seu castelo de mil pedras
reinava sem delongas
ganhava todo o palco
comandava todos os passos
Mentia suas verdades
cobria toda sujeira
roubava sem lua cheia
Nunca ninguém questionou
tamanha corrupção
Nunca ninguém supeitou
tamanha abnegação
Mantinha todo o discurso
Segurava bem a pose
e a posse...
Envolvia à todos com gana
Amarrava à todos com grana
Armava seu jogo bem sujo
Amarrava seu próprio pescoço
Quis fazer-se belo cordeiro
e por dentro abrigava um lobo
Tão feroz quanto um bicho judiado...
Mas o rei,como eu lhes dizia
impunha verdades sem devaneios
julgava saber bem mais que podia
subia no trono, gritava mais alto
fazia um palco,
mas coitado....
Era artista frustado
autista curado
militar fardado
juiz ministrado pelo alto supremo de seu Ego Oficial
de justiça, da própria,
sem lógica...
E o rei,meus amigos
tinha seus vícios...
Bebia seu vinho
tão tinto,tão tonto, tão sonso...
Cismado, acuado, amedrontado...
O rei,pobre dele...
criança infeliz
nariz de sarafiz
não aprendeu a brincar, não aprendeu a sorrir...
Martelaram sua mente para que fosse mais...

E hoje, eu enxergo
a ilusão criada,a figura forjada
o herói construído sob cacos de vidro.
Percebo então, a inocência
Desvendo pois, a carência
Abri mais uma porta da desilusão.Despenquei mais uma vez de meus degraus de sonhos.
Sangrei mais uma vez a dor do parto.
E parto-me, desfaço-me mais uma vez...
Desvendo,por fim, uma entrave familiar...
Não sem dor no peito,não sem pedir mais uma gelo para o coração...
No fim das contas, eu sei que gelo queima, e que de uma faísca pode-se fazer fogueiras...
Como 2+2=4, eu paro por aqui.

É mais uma luz que se apaga
É mais uma verdade que se acende...

Que novos caminhos se abram, abrão...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

...

"O olho do observador interfere no objeto observado. Só um fantasma se embrulha no seu passado, explicando a si próprio com autodefinições baseadas numa vida já vivida. Você é aquilo que escolhe ser hoje, não o que escolheu antes."

Eu mudo. Mudo quando acho que devo mudar. Mudo quando ser o que sou me cansa. Mudo sem perceber. Mudo sem ver. Mudo sem mesmo sentir. Quando me percebo já sou. O mesmo,o para sempre, é uma pena que ninguém deve pagar.
Mude.
Sem medo.
Sugue a impossibilidade.
O importante é isso: Estar pronto para, a qualquer momento, sacrificar o que somos pelo que poderíamos vir a ser.
Estranha-se...
e por fim, como que tomado por serenidade;
entranha-se!