sábado, 30 de janeiro de 2010

Ilha Solteira

O vento e a árvore falavam comigo a sua linguagem muda...
Eu entendia.
Entendia porque naquele momento o pensamento era o sentir. E eu sentia.
Sentia o elo invísivel e comungava com ele. Me permitia.
E todas as cores se faziam vida; e tudo o que se fazia segredo revelava-se enfim.
Os medos, os sonhos, a vida...
A redundância do nome explícita o valor da solidão e a supremacia da união.
Há também beleza e brilho no escuro
Há também desgraça e escuridão no sol
E nem por isso, tanto um, nem outro deixam de cumprir seus ofícios
O interior se externalizava então sem as garras do pudor, sem as grades do padrão e sem o vão do amanhã
E tudo era belo, até mesmo a ausência; até mesmo a perda...
E tudo intenso, todos os elementos unidos por uma só linha, a da minha vida.
O vento, o fogo, a água e a terra
O vento me guiando;
o fogo me iluminando;
a água me purificando;
a terra me segurando...
Eu abraçava tudo; e era amor, era a existência transbordando energia. Era magia.
Era a imensidão do som...

Que novos caminhos se abrão, Abraão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário